ERSE divulga Relatório Autoconsumo de Energia Elétrica de 2024
10/09/2025
O Relatório Autoconsumo de Energia Elétrica de 2024, divulgado pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, revela que a tendência de crescimento do autoconsumo em Portugal Continental se acentuou significativamente nos últimos anos.
Este documento, que analisa alguns dos impactos do autoconsumo no sistema elétrico, indica que o número de unidades de produção para autoconsumo (UPAC) aumentou, entre 2021 e 2024, cerca de 44% ao ano, tendo a potência instalada em autoconsumo crescido, em média, 57% ao ano.
O número de autoconsumidores de eletricidade em Portugal continental totalizava, no final de 2024, cerca de 237 mil, registando-se uma potência instalada de 1,8 GW em UPAC, maioritariamente com tecnologia fotovoltaica. Estes valores comparam com o objetivo do PNEC 2030 fixados em quase 6 GW.
O relatório, que tem por base a informação reportada pelos operadores de rede e publicada pela Direção-Geral de Energia e Geologia, refere ainda que a energia autoconsumida representou quase 3% do consumo final de energia elétrica em 2024.
Por seu turno, cerca de 27% da energia produzida para autoconsumo foi injetada na rede elétrica de serviço público (536 GWh), como excedente, dos quais 43% foram vendidos em mercado. Esta é uma realidade que se verifica quando o consumo interno não absorve totalmente a produção da UPAC, resultando assim em injeção de energia para a rede.
A partilha da energia produzida em autoconsumo coletivo, por várias instalações de consumo geograficamente próximas das UPAC, também evoluiu. No entanto, apenas em 2023 foram registados os primeiros casos de autoconsumo coletivo.
Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, vigoram regimes de autoconsumo muito semelhantes ao do Continente. O crescimento do autoconsumo nessas regiões é igualmente muito significativo.
No que respeita ao benefício económico para o autoconsumidor, esse dependerá de vários fatores específicos, entre os quais, a sua capacidade em deslocar consumos para as horas de produção disponível, evitando consumos da rede e os respetivos custos de acesso às redes.