ERSE aprova projeto-piloto para carregamento de veículos elétricos em condomínios (FlexC)
25/02/2025
A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos aprovou o projeto-piloto “Novas soluções para gestão flexível da potência de carregamento de veículos elétricos em edifícios coletivos (FlexC)”, promovido pela E-REDES – Distribuição de Energia, S.A., no âmbito do Regulamento de Relações Comerciais.
O projeto-piloto FlexC, com uma duração inicial de seis meses, tem como objetivos testar, em ambiente real, a possibilidade de proporcionar maior potência para carregamento de veículos elétricos em garagens comuns de edifícios coletivos e aferir o grau de interesse neste novo conceito, principalmente por parte dos clientes utilizadores de veículos elétricos e dos fornecedores de soluções de carregamento.
O projeto-piloto pretende responder a alguns desafios que atualmente ainda limitam o carregamento de veículos elétricos em condomínios, uma vez que boa parte deles não está infraestruturado para esse carregamento, o que implicaria custos em reforços de ligação à rede. Por outro lado, existe potência disponível nas instalações coletivas que não está a ser utilizada ou está disponível em determinadas alturas do dia, e que poderia concorrer, com esta solução FlexC para a promoção do carregamento em casa e, por essa via, ser um indutor para a redução das barreiras à adoção de veículos elétricos por parte dos consumidores.
A E‑REDES interagiu com vários agentes do setor, tendo sido selecionados sete condomínios, que poderão abranger um máximo de 62 pontos de carregamento de veículos elétricos. A realização do projeto-piloto assenta ainda na participação de quatro parceiros, responsáveis pelo sistema de gestão de carregamento dos veículos elétricos, concretamente a EDP Comercial, a EVIO, a KLC e a Smart Energy Lab.
Para os consumidores que adotem esta solução no carregamento dos seus veículos elétricos, existem benefícios diretos, tanto ao evitar a necessidade de um reforço da ligação do edifício coletivo à rede elétrica de serviço público, como também por a sua implementação no terreno demorar menos tempo do que uma obra de reforço de ligação. Para os restantes consumidores são também esperados benefícios, uma vez que uma utilização mais eficiente da potência disponível reduzirá os investimentos em reforços da rede pública a montante, que iriam onerar todos os consumidores do setor elétrico.
Para a realização do projeto-piloto, a ERSE aprovou a derrogação da regra aplicável para determinação da potência contratada dos serviços comuns dos edifícios participantes, evitando assim um agravamento na faturação que poderia resultar no âmbito concreto do piloto. Adicionalmente, fica previsto que o piloto se poderá estender para além da duração inicial, até uma duração máxima de dois anos, caso o relatório de análise, a apresentar pela E-REDES à ERSE, comprove os benefícios esperados. A experiência e as recomendações que venham a resultar do projeto-piloto serão consideradas no desenvolvimento do quadro regulamentar.
Para além da Diretiva da ERSE, que aprova as regras do projeto-piloto FlexC, a E‑REDES, promotora do projeto-piloto, divulgará informação complementar sobre a sua implementação e os seus resultados.